terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A VIAGEM


















A VIAGEM

A este caminho não voltarei
Nem depressa nem devagar
Nem perdida com ele me cruzarei
E nem rasto vou nele deixar.
Só palavras apagadas
No fundo dum velho poço
Em águas estagnadas
Gritando...ah, só eu ouço.

Serão meu uivo de dor
Resíduos da  minha inquietação
Restos de lágrimas sem cor
Lava fria, cinzas da erupção.

Caminho cujo horizonte não sei
Ou finjo ignorar...
Só sei que nele sonhei
Ser nuvem sempre a avançar.
Não levo mapa nem destino
Levo no rosto a indiferença
Caminho qual peregrino
Com Deus e sua presença.

natalia nuno
rosafogo

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