sexta-feira, 23 de setembro de 2011

ESTOU SECA DE VONTADE!


Deixo a porta aberta
Á manhã do claro dia
E o coração se aperta
A sinais estranhos renuncia.
A morte vem em largas passadas
Minha voz se ergue em palavras
atravessadas.
E ao meu rosto vem um rubor de viver
Não vou, não vou ficar calada!
Não quero, não quero morrer.

A vida é um espinho lento
Eu sigo nela indiferente
Como pássaro que segue ignorado
Mas levo no pensamento
A saudade da minha gente
A saudade... ela que é o meu fado!
Trago meu segredo ternamente guardado
Longe do olhar que não entende
O porquê deste destino assim traçado.

Meu pensamento se desfaz,
Sinto às vezes um vazio de Deus
Agito-me num vai e vem sem paz
E ergo as mãos aos céus.
Estou seca de vontade!
Meu sonho já não faz ruído
A minha mentira toma a forma da verdade
Viver? Ah! Viver! Ainda assim faz sentido.

rosafogo
natalia nuno
imagem do blog para decoupage

POETA E SUA LOUCURA




Abrigo-me em teus braços
Aí escrevo um poema perfeito
É este o meu sítio,
não troco por nenhum
Quando feita em pedaços
Me ajeito
E sonho, apenas só mais um.

Me refugio em teus braços
Sem eles não sou ninguém
Repasso...ao teu lado os meus passos.
E sonho sempre mais além.

Vejo-me em teus dias
Vejo a sombra
que o rosto nos abateu
Os olhos com que sorrias
Ao olhar os meus.
Entorpecem nossos desejos
A voz sem eco se afasta,
onde estão os sonhos? Os beijos?
O tempo tudo gasta!

Estranha formosura
Um pequeno sol se apagou!
Poeta e a sua loucura...
Como cálice que derramou.

rosafogo
natalia nuno
imagem retirada do blog imagens para decoupage




quinta-feira, 22 de setembro de 2011

VOLTO SEMPRE Á MATRIZ

Anjos em imagens

A escuridão é envolvente
O frio entra-me na garganta contraída
A lua bruxuleia no céu
O mar ondula docemente
Enquanto meu tempo de vida
escasseia.

E eu
volto sempre à matriz
para não me deixar morrer
Busco o tempo das promessas
e me sinto feliz.
Morro sempre mais um pouco
para poder viver.

Ninguém pode julgar-me
por esta saudade louca
Sinto a vida a escapar-me
Tão passageira, tão pouca.

Ouço o murmúrio do oceano,
rumoroso
Das águas nocturnas parecendo mistério
Um escuro manto temoroso
De tantas almas cemitério.
Trago a vida cumprida
E minha estrela escolhida
Minhas palavras resvalam para o mar
E eu sonho porque viver é sonhar.

rosafogo
natalia nuno
Criado à noite, no mar Egeu.
Imagem do blog imagens para decoupage

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

SEMPRE O AMOR!

2033lirios

Como o tempo nos gasta!
Como da Vida nos afasta!
Sinto nas veias o sangue a tropeçar
Mas o desejo não está extinto
Nem a vontade de amar.
Quando estou contigo
És meu doce abrigo
Amor é o que sinto.
E se estás comigo
a cinza se encendeia
Alguma coisa em nós
que nos prende como teia.

Sempre o amor
Obstinado em ficar
Num juramento, sempre a renovar.
De amor eterno o juramento
Para jamais duvidar...

O coração confundido no momento,
procurando obter uma certeza num olhar.

O amor se apodera fácilmente
da gente!
Quando parte, deixa uma apatia
maior,
que a inesperada alegria
quando se conquista.
Sempre o mesmo ardor...
quando o perdemos de vista.
Então não são raros,
momentos de solidão
e  melancolia.

Apesar do encantamento perdido
Sempre nos une ternos sentimentos
Não lamentarei o tempo vivido
Na certeza ter havido bons momentos.

rosafogo
natalia nuno
imagem retirada do blog imagens para decoupage

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

RENEGO O TEMPO



Forço-me  ao silêncio
e imobilidade,
desvio meus olhares
Quero deles furtar-me
Deixar-me na tranquilidade
Renego o tempo,
que quer de mim afastar-me.
Numa ofensiva perseguição,
sinto-me à beira duma tempestade
E sem ouvir minha razão
Desespero... e, tudo é saudade!

Louca ilusão
quando se corre atrás!
Louco é o coração
Só desiste por cansaço
Apagam-se os sorrisos,  perde-se o passo
Tudo se apaga menos os sentimentos.

Pressinto intempéries e desalentos.
Dias amargos virão
Ninguém chorará por mim
Parará suave meu coração.

Viver é fácil, morrer é o fim.

Choveu
Nos olhos meus
Resta uma pégada
É minha memória se arrastando na tarde
Nenhuma notícia, nem a esperada
Resta apenas minha saudade.


rosafogo
natalia nuno

domingo, 18 de setembro de 2011

LEMBRANÇAS Á DISTÃNCIA

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Ouço um eco que se desprende da
infância
Ao longe entre loureiros dourados
Lembranças à distância
de intantes acariciados.
Estou entranhada nas minhas raízes
Cresce em mim a nostalgia
Perco-me em sonhos felizes
e nesta saudade em mim noite
e dia.

Despede-se o Verão
E no coração
sinto os ventos da tarde
E a ventura passa ao meu lado
Minha alma absorta olha o poente
E a vida me golpeia com um machado
no presente.
E a felicidade?
Fica nessse sonho perdido
Longe da realidade
Perdida para sempre,
Como se,
se tivesse despedido.

E o Outono já as ramagens
agita
Olho ao longe os freixos orvalhados
Ouço o eco de alguém que me grita
Em soluços desolados.
É a criança que me pressente
Talvez queira de mim um sorriso?

Surge no céu um sol intermitente
Nascem anémonas no paraíso.

rosafogo
natalia nuno