sábado, 24 de fevereiro de 2024

Nada...




ouço cantar um pássaro com ternura
inocente,
na árvore que despe a folhagem,
quebrando o frio silêncio, indiferente
que eu apresse a marcha da viagem

no pensamento traço o fio
do futuro
funda é a solidão, e o mundo
escuro.

sinto o frio do mendigo
visitante que em mim perdura,
e a solidão a ferir com secura

ver a noite cair e,
logo virá a luz da madrugada
vou sentir sombrio ardor.

Nada! A não ser do canto dos pássaros 
o fragor.

natalia nuno


sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

gargalhadas do vento...








há dias que incendeiam a memória
já não se oculta o pensamento triste
a saudade atenua a resignação
lembrar a nossa história
o coração sempre insiste

as gargalhadas do vento
o mar em rebentação
e o coração que sobrevive
como o mar e o vento
até à exaustão.

sombras caem, surge o esquecimento
lamento, ruídas memórias
são agora rumores
delirantes, da mocidade
com odor a saudade

natalia nuno