sábado, 23 de julho de 2011

NÃO ME OLHES




Cintilam meus desejos
Sempre que fixas  em mim,
os olhos teus.
Afundam-se nos meus!
E os lábios em labareda, aguardam
a orgia dos beijos
sem fim.

E é com desejo que me acolhes
E há sussurros em teus dedos.

Minha alma despida...não me olhes!
Não desvendes meus segredos.

E aquele abraço lentíssimo?
Tão dentro do nosso mundo...
Velhas palavras dum dizer profundo.
Nossos corpos em fruição,
velha quimera.
Voltar atrás, quem dera!
Mas de que serve a lamentação?

Somos o fogo que resta
duma paixão já agastada
Um pouco de calor da festa
Que resta na memória ateada.

E este desejo que não acaba!
Violando o meu sossego
Loucura que em mim desaba

Permanece ainda que ameaçado
Palpita em cada pulsar
Fogo extinto ou quase apagado.

Meus olhos cegos, queimados
De tanta desolação
Estão p'los teus aprisionados.

Esta paixão que é voragem
O pensamento que se abstrai
Onde está minha coragem?

Quando os olhos teus
Se afundam nos meus?

rosafogo
natália nuno

sexta-feira, 22 de julho de 2011

LINHAS DE AMOR



Seguem estas linhas de amor
Num tímido vôo
Fustiga-me o esquecimento e a dor
A pontos de não saber quem sou!
Rompe dos meus olhos a água
Se apaga meu sonho, feito vulcão
Só me resta a mágoa
Vou sustentando a ilusão.

Do futuro ouço a fragilidade
Que põe silêncio entre a gente!
Do passado trago saudade
Que  à vida me prende no presente.

Se a vida se extinguisse
Tudo perderia num instante
É como se amor desistisse
Do nosso viver, vibrante.
Já não sou do tempo prisioneira
Cansei deste frenesim
Deixo assentar do tempo a poeira
Ofereço-te meu corpo, como jardim.
Onde colherás à mão cheia
Lembranças da serena felicidade
Que o teu corpo ainda premeia.

Em marés de saudade!

rosafogo
natalia nuno