domingo, 21 de maio de 2017

ao nascer da aurora...



adivinha-se o nascimento irresistível
da alvorada no imenso horizonte campestre
o meu pensamento relembra o tanto amor
que me deste,
perscruto a paisagem como que à espera
do eco da voz conhecida
do amor da minha vida...
ao fundo da colina,
vejo-me ainda menina
a aurora cresce hora a hora
enquanto o meu pensamento relembra
as minhas mãos perdidas nas tuas mãos,
nossos dedos entrelaçados
dois corações que se encontram enamorados
sinto até medo de espantar a felicidade
rezo para fazer o tempo parar
e com os olhos húmidos de ternura
lembro-te com saudade
enquanto teu braço m' rodeia a cintura

de repente fica o sonho nublado
sinto o peso da idade os dias de solidão
tremo como um pássaro apanhado
e olho longamente com olhos de sonho
a querer abraçar-te, para que o sonho não
seja mais um para sempre perdido
e num gesto de ramo florido
de tília ou de jasmim
dizer-te que ainda te amo tanto
quanto me amas a mim...

natalia nuno
rosafogo