sábado, 12 de fevereiro de 2011

MELANCOLIA SERENA



Estremecem papoilas ao vento
Insinuam-se na imensidão dos prados
Há borboletas felizes no meu pensamento
E reflexos de luz na alma aos brados.

Luz que se oferece para me conduzir
Borboletas  batem silenciosamente
Na manhã que nasce,
na noite que há-de vir?
A tristeza se espalha no sol poente.
No frio da alma
Cresce a emoção,
e o musgo é verde,
Em meu coração.

Meus olhos são janelas cerradas
Ruas silenciosas, portas fechadas
No meu coração há o crepitar duma brasa
Fico atenta ao que ouço e que vejo
E num golpe de asa
Sou Poeta, que capta o odor da flor
e o eco do desejo.
Crio meu Universo de fantasia
e amor
Onde tudo floresce e se anima
Dia após dia.

Há lilases que a mim se abraçam
Jasmins que a mim se entrelaçam,
com um perfume que vem de cima
É DEUS que me estende as mãos e sorri!
E eu Lhe agradeço por tudo que vivi.

natalia nuno
rosafogo

imagem retirada do blog
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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

FANTASIEI



E já se abre esplendoroso o dia
Mais um que não se compadece
Indiferente, todo ele harmonia,
mas esquece,
A malha apertada,
a garra afiada
Com que me rasga a alma,
fere o coração,
E retira meu próprio chão.

E o dia de ontem, onde está?
Se foi... pálido como lume!
Eu sem um murmúrio, um queixume
E o amanhã se aproxima já.

Terei eu doutro tempo vindo?
Tempo que está p'ra mim sorrindo?
Fantasiei,
meu tempo foi  ontem e é hoje
Meu tempo, é tempo que me foge.
Dormitei e sonhei...
Voltei a ser criança de verdade
Acaba o dia não mostra arrependimento
Me devolveu a saudade
Levou todo o meu alento.

E minha alma coitada,
Só de ilusões agora vive
Parecendo noiva enfeitada
Rememora amores que tive.

natalia nuno
rosafogo

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

TEMPESTADE DE SENTIMENTOS



Adoro o mar, as aves
os ventos ,as tempestades!
Lembro uma ciança,
sem haver crescido
E morro de saudades,
que me trespassam o coração.

Porque a terei perdido?
Se ainda hoje lhe dou a mão?

Fechei-a num recanto da memória
Faz parte de mim, da minha história.
A vida tornou-se combóio,
com a amargura da partida
Onde a última paragem
da viagem
É ainda  e sempre desconhecida.

Há em mim sempre
um desejo pungente!
E apesar da saudade...
Há vontade p'ra seguir em frente.

Sinto no peito grande palpitação
Com a força da ondulação do mar
Sinto que nada foi em vão!
Mas trago um pedaço de gelo
partido,
sofrido, no coração,
Sinto-o a avançar, a recuar
Talvez, por não o ter ouvido.

E soluços que já não sei soltar.

natalia nuno
rosafogo

PASSOU MAIS UM ANO



Hoje espero que o dia acabe
Suspensa, imóvel, desconcertada
Quando vou despertar?
Só minha alma sabe!
Eu espero calada.
Meto o xaile na mala da viagem
Sem vontade de retornar
Ao solitário caminho de passagem.

Puro engano!
Como eu estou enganada
Passou mais um ano...
Desapareceu sem deixar rasto.
Trago a vida rasurada
Se apagando, já dela me afasto.

Procuro datas com saudade
Uma, mais uma e outra ainda
Cada uma , é preciosidade
Para um Poeta solitário,
martelando no seu íntimo
com uma alegria que não finda.

Hoje o dia está tranquilizador
O silêncio é exasperante
Queria reler-te meus poemas, amor,

Sinto terrivelmente
tua falta neste instante.

NESTE RASTO



Meu sangue é vermelho e inunda
O rosto que já não conhece
Na minha alma abunda
Uma chama oculta, dor que transaparece.
Vou passando p'la areia lisa
Já sem palavras me afasto
É o tempo que minha alma pisa
Neste rasto de pisadas me gasto.

Deixo-me beijar pelo friagem da brisa,
Carregada de sal, dos anos vividos,
É minha alma, quem o tempo pisa...
Assim se vão quebrando meus sentidos.
Jazem mortos,
o tempo os levou p'la mão
Devorou-os sem se afastar um passo
Vermelho é o sangue
do meu coração
Meus passos sumiram com a rebentação
Acabou meu dia,
já à noite me abraço.

natalia nuno
rosafogo

imagem retirada-blog de imagens para
decoupage

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

PEDAÇO DE VIDA


O caminho desce abruptamente
Vou descendo por entre penedos
De quando em quando uma estrela reluzente
Para alumiar meus medos.
O lugar é escuro e cheira a frio
Caminho agora por uma vereda
E o coração bate-me no peito,
vadio.
Sem jeito!
Nem medo de alguma queda.

Tantas ervas daninhas,
desvio o olhar
Das tristezas minhas
Desta vida turbulenta
Na esperança de a ver espelhar
Depois de alguma tormenta.
Perco o sentido do tempo e do espaço
Com um pedaço de vida emprestado
Deito contas à vida,
as mangas arregaço.
E um pouco perdida,
Levo por diante este meu fado.
Enquanto o tempo?
Esse continua emsombrado..

rosafogo
natalia nuno

imagem do blog
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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

NADA FOI EM VÃO



Memórias são relíquias
Dum tempo que foi passando
Tempo feito de fantasias,
Que me foi deixando.
O espelho fiel da memória
Vai-as  sustentando.
Me acompanham os afectos sentidos,
Nada foi em vão
Hoje, a pouco e pouco restituídos
P'la memória
Directos ao calor do coração.

Tudo permanece,
As coisas... tudo o que amámos!
Jamais  se esquece.
Só nós mudámos!

Vagueio entre o passado e o presente
Sempre que a memória me ajudar,
Lembrarei festivamente
E me deixarei inebriar.
Apesar da vida ser rochedo de solidão
Lembrá-la, embala o meu sono
E me tráz consolo ao coração.
E porque se desespera,
Quando se espera!?
Já sinto dela,
um pouco de abandono.

natalia nuno
rosafogo

imagens retiradas do blog
imagens para decoupage.

QUASE NADA



O Sol é um velho amigo
Que acorda antes de nós
As horas que tenho vivido
E o que tenho sentido?
E como do sino a voz.
Repetidamente soando
Trazendo imagens à memória
Imagens da minha existência,
Da minha história
Do tomar de consciência.

Sem ter passado um segundo
Eu volto lá atrás ao passado
Ao calor desse meu mundo
Sentimento instantaneamente atravessado.
E o que vejo, fica longe, á distância!
E a mente traz-me as imagens recordadas
Entre o passado e o presente?
A infância...
E as primeiras pedras pisadas.
Ouço o toque das avé-marias
E entristecida, lembro vagamente
Aprisionada numa realidade presente?!
A saudade, desses sons dos meus dias.

E a minha sombra de menina
No meu pensamento, ressuscita
E tudo nasce duma realidade passada
E dessa menina ladina?
Nem ela acredita!
Pois o que resta é quase nada.

natalia nuno
rosafogo