sexta-feira, 16 de julho de 2010

CAMINHADA



















CAMINHADA

Meus passos tropeçantes
Tamanha mudança!?
Que é feito dos sorrisos exuberantes?!
No rosto daquela criança?
Ainda ontem, num ontem qualquer!?
Construia seu tempo novo
Agora, já não ri esta mulher!
Ri a Vida, que fez dela um jogo.

No albúm da memória procura fotografia
E, assume a sua Morte
Antecipa-se ao que o destino queria
Abandona a sua estrela da sorte.

Passou o tempo, uma eternidade
Resta a memória dum passado
Preenche o que resta com a saudade
No seu coração agrilhoado.

O tempo seu cabelo enbranquece
Seus olhos são agora planaltos nevados
E só o seu coração não esquece
Vai batendo num rítmo descompassado.
O olhar deixou de brilhar
O tempo o encobriu sem cura
Quem pode o tempo afrontar?
Se o tempo inquieto é de loucura?!

Já ouço o vento a chamar-me
É o sinal da partida
Para quê há-de apressar-me?!
Se tenho a Vida perdida?!
Melhor é não sentir, nem ver
Que a Vida é nó que breve desata
Mas nunca ninguém vai saber
Da partida, qual a data.

natalia nuno
rosafogo

CAMINHADA



















CAMINHADA

Meus passos tropeçantes
Tamanha mudança!?
Que é feito dos sorrisos exuberantes?!
No rosto daquela criança?
Ainda ontem, num ontem qualquer!?
Construia seu tempo novo
Agora, já não ri esta mulher!
Ri a Vida, que fez dela um jogo.

No albúm da memória procura fotografia
E, assume a sua Morte
Antecipa-se ao que o destino queria
Abandona a sua estrela da sorte.

Passou o tempo, uma eternidade
Resta a memória dum passado
Preenche o que resta com a saudade
No seu coração agrilhoado.

O tempo seu cabelo enbranquece
Seus olhos são agora planaltos nevados
E só o seu coração não esquece
Vai batendo num rítmo descompassado.
O olhar deixou de brilhar
O tempo o encobriu sem cura
Quem pode o tempo afrontar?
Se o tempo inquieto é de loucura?!

Já ouço o vento a chamar-me
É o sinal da partida
Para quê há-de apressar-me?!
Se tenho a Vida perdida?!
Melhor é não sentir, nem ver
Que a Vida é nó que breve desata
Mas nunca ninguém vai saber
Da partida, qual a data.

natalia nuno
rosafogo

quinta-feira, 15 de julho de 2010

SAUDADE DE MIM















SAUDADE DE MIM


Não sei que fiz da alegria
Que me deixou nesta solidão
Ah, se soubesse a procuraria!?
A agarraria com minha mão
P'ra que ficasse em mim noite e dia.

Mas de nada serviria!?
Sou triste por natureza
E se a vida é tão sombria!?
P'ra que nasce o sol com beleza?
Se também morre todo o dia.

Minto, engano o coração
Digo que é manhã e já anoitece
Digo que não quero morrer em vão.
Mas já o tempo a teia tece
Levando meu dia p'ra escuridão.

Esta alegria que deixei perdida
No deserto é já só uma miragem
Não consegui dar-lhe guarida
Levou com ela toda a minha coragem
E hoje sou flor ressequida.

Hão-de vir dias novos eu sei
Campos de flores e azul no céu
Na busca da alegria perdida, irei
E de tudo o mais que a vida não me deu
E um dia, simplesmente morrerei.

Quero lembrar o azul do céu ao meio-dia
Quero a vida saudar, esquecer a idade
Esquecer que perdi a alegria
Viver de esperança, levar saudade
De mim, de tudo que em mim havia.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

JÁ SE PÕS O SOL















JÁ SE PÔS O SOL


Não sei meu Deus!?
Por quanto tempo ainda
Posso assim olhar os Céus.
...Avançar por entre a recordação
Tempo este de mistério, que tráz a vinda
Dum tempo de escuridão.

O Sol vai próximo do horizonte
Quem sabe, voltarei a olhá-lo?
Já o perdi para trás do monte
Talvez amanhã volte a encontrá-lo.
Neste pensar, fico junto à janela
Declinou o dia!
Olho a Vida e pensando nela;
Já chega a noite sombria.
Há folhas mortas p'lo chão espalhadas
E não há lembranças que não doam!?
Quantas ainda as alvoradas?
Já as nuvens se amontoam.

Solitária me deixo à espera
Está escuro na minha ansiedade
Já a razão se desespera
E é vago meu sonho, vivo de saudade.
Vejo ainda folhas secas p'lo chão
E apressado bate meu coração.

Trago na memória outro rosto
Me surpreende ainda a semelhança
Espanto meu, ingénua criança!
Já se pôs o sol, é sol posto.
natalia nuno
rosafogo

terça-feira, 13 de julho de 2010

APETECE-ME CHORAR



















APETECE-ME CHORAR!

Apetece-me chorar
De repente apetece-me chorar
P'lo meu futuro sombrio
Pelos meus sonhos enterrados
Mas, retenho lágrimas e sorrio
Sorrio, sorrisos desesperados.
Não páro de me atormentar
Olho a noite que se esgueira
Apetece-me chorar
Esquecer este correr de dias não há maneira.

Dobro do pensamento a esquina
Surge à minha beira a saudade
Saudade de mim, enquanto menina
Recordo, Deus faz-me essa vontade
Vivo a recordar é minha sina.

Há dias e dias.Voltarei a ver mais um?
Tenho medo! Há momentos que sei de tudo
Sei que sonhos, não haverá mais nenhum!?
Estranha esta Vida, já não me iludo.

Apetece-me chorar
De repente, apetece-me chorar
Estendo-me na cama, vestida
Pensar?
Em quê? Para quê?!
Só meu coração é que não vê
Que não há contrapartida
Recusa-se a morrer
Mesmo não tendo nada a perder.
Prende-se à Vida!


natalia nuno
rosafogo

segunda-feira, 12 de julho de 2010

AGORA NADA DESCORTINO



















AGORA NADA DESCORTINO

Sabendo que não vim para ficar
O meu apego à vida não tem medida
Minha alma se perde de tanto a amar
Em certos instantes a julgo perdida.

Minhas palavras são brasas na garganta
Solto-as quando o tempo me faz medo
Quando me sinto frágil como uma planta
E pouco a pouco entorpeço na solidão do degredo.
Às vezes me invade um infantil contentamento
Vou desfolhando sonhos em confidência
Outras surge em mim a descrença e o desalento
Acaba-se a harmonia do madrugar da existência.

Agora nada descortino para além do tédio
De caneta na mão deixo vaguear o pensamento a monte
Se a vida é treva cerrada sem remédio?!
Corro atrás da luz do Sol que se queda no horizonte.

A Vida é carta de mão em mão que não pára
Ai de mim que já de tudo me esqueço!
Na neblina dos meus olhos uma tristeza que não sara
Teimo em prender-me à Vida mas já anoiteço.

natalia nuno
rosafogo