às vezes fantasio
prefiro, a passar tempo vazio
sinto que o longe já se cala
que ao menos o vento
me venha à fala,
guarde minha memória,
ouça meu lamento
e da minha história
- o que me vai na alma!
não vou perder a oportunidade
de ouvir a saudade
que me visita amiúde,
filtrando minha quietude
talvez o remédio para a minha
solidão
quando esta, é minha prisão
às vezes, cresce uma angústia
que à pele se agarra
e nada mais sei, nem quero saber
descrente deste mundo envelhecido
o desejo e o nada, o vazio
tão meu conhecido,
a mim se amarra
então, fantasio!
e nos degraus da imaginação
fujo aos golpes e redemoinhos
sigo por outros caminhos
sou a que não sou
e vou
abrindo uma brecha
na vida opressora.
natalia nuno
imagem pinterest
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