quinta-feira, 8 de novembro de 2018

entressonhar...



agarro com minhas mãos este pedaço de esperança
e desperto para a luz, neste meu anoitecer...
cingida a ti, sempre que as tuas mãos tão amantes
leves, tocam os meus dedos e levam meus medos

sei que hás-de amar-me até um dia
há em mim uma voz juvenil que me canta
primaveras que florescem, rosas que se abrem
e crescem...

como calar tanto sonho
e tanto desalento que já nos pesa
nesta noite silenciosa, lembremos a juventude
generosa...

sem pressa, sem demora, caminhemos desde
agora...voemos como uma águia na azinhaga
esqueçamos a idade, existe amor e a mão que afaga

dá-me a tua mão, quero saber que existo
ajuda-me a subir só mais um pouco
há o vazio das sombras que me atormenta , mas eu persisto
mesmo quando tudo cessa e já se apouca

caminhemos sem vacilar
até ao encanto do amanhecer
como se fossemos um livro não acabado de ler
no entressonhar, como será para lá
do que já vivemos?

natalia nuno
rosafogo