procuro tudo
e já nada procuro, nada sinto,
dou comigo a decifrar o tempo
e para mim mesma minto.
tudo mudo,
procuro nos nossos passos dados
como quem procura um milagre,
revejo-me nos dias passados
a vida é cada vez mais agre!
procuro nas linhas da mão
com a urgência de saber o que me espera
se apenas terei sussurros em solidão
e não haverá para mim,
mais primavera
caem-me pingos de chuva na alma
e o esquecimento está sempre
presente e é cruel,
até este poema, veneno
na minha pele
imensas lágrimas se vêm deter,
num assédio que me faz doer.
persistir nesta paixão
procurar ainda abarcar sonhos,
esquecer horas de inutilidade
só queria viver feliz
o resto da minha metade.
natalia nuno