quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

é preciso seguir...





pequena prosa poética

Há dias, em que não me apetece ser nada, coisa alguma, mas sou...
sou, apenas um punhado de lembranças distantes, esvoaçantes como pássaros sem
ninho, num inverno frio, onde até o canto é triste.
Há momentos, que não sou nada, que me recuso ser, já me rendo, já trago o olhar perdido dos olhos,
as horas mortas, tenho vontade de rasgar a solidão que cresce nas minhas paredes, dentro dos minhas
veias, dentro da minha alma e se instala na minha poesia.
Aninhou-se em mim o inverno da vida e o sonho tornou-se inútil, as minhas palavras vazias mais não são, que um grito de revolta...de quê?
Nem sei bem de quê nem porquê!
Meus gestos moribundos, o tempo contador da vida dura, silenciosa, e por vezes amarga,  palavras saem da boca trémulas de emoção em vôos de asas quebradas...mas escrevo, escrevo como se a minha vida dependesse disso, suspiro de contentamento...digo:
vai tudo ficar bem...ah! vai sim! Digo com ar de louca para mim...

natalia nuno
rosafogo
ima.net

2 comentários:

Beijaflor disse...

Olá Natália

Se a vida, só fosse rosas!
Tao lindas, a cheirar bem
Com suas pétalas, formosas
Mas sem picos, que elas têm!...

Mas a vida também é feita das quatro estações! Cada uma á sua maneira, todas elas tem a sua beleza! Para os poetas a vida pode ser uma eterna primavera! Embora comunguem de todas as contrariedades da vida como o comum dos mortais, tem todavia um coração que os diferencia de tudo o resto! A alma poética, contem sensibilidades e forças que não se deixam vencer na teia das trivialidades! Só a morte a vencerá! E por muito dura que seja a carga, e por vezes é, a alma poética tem sempre palavras diferentes e decisivas a dizer.
A minha alma tem a fragilidade de uma flor! Todavia, quando é preciso, ela vira muralha d’aço, capaz de suportar o inimaginável! Nunca desistas daquilo de que sei que és capaz! Eu sei que um dia, nunca morrerei sozinho! Posso até estar no meio do deserto, mas sei que terei sempre a companhia dos amigos, que guardo no coração!
Poderás sempre dizer que sou um louco! Mas é esta loucura que me impulsiona para nunca ter medo de nada nem de ninguém! E nunca esqueças que os medos são sempre os nossos piores inimigos! Não ter medo da morte, é não ter medo da vida!
Beijinhos
João


orvalhos poesia disse...

Olá João
Tens toda a razão a vida é mesmo para levar com coragem, a tua prosa é bem esclarecedora de como temos que ser fortes perante as adversidades.
Grata pela palavras, e pela amizade.
Bem hajas
beijinho.