quarta-feira, 8 de junho de 2011

CANSEI DE NÂO FAZER NADA




Caem gotas de chuva na vidraça
Pouca coisa quase nada.
Hoje até a alegria é escassa
O tempo voa é arma apontada.
É tempo de despedida
Surgem avisos, tudo se manifesta
Acaba a noite e a Vida?
Quem a julgar que leva vencida
É pouco o tempo que lhe resta.

Encosto-me aqui à parede
Olho a rua vizinha
Na poesia vou matando a sede
Da saudade que é tão minha.
Os meus sonhos estão indefesos
Mas as palavras nos lábios nascendo
Os meus olhos estão acesos
Monótonos momentos vivendo.
Chega o frio à minha vida
Cansei de não fazer nada
Tempo de despedida
Desta quietude cansada.

E logo a saudade bate fortemente
Bate na memória trazendo tudo
E neste silêncio mudo!?
Imerge em mim o desejo que me falta
Porque o esquecimento me assalta
Deixo o sofrimento ausente.
Nesta noite fria, anda sonâmbulo o vento
Amanhã é outro dia, outro será meu pensamento.
Abre-se o Céu com seu choro
Chora na minha vidraça
Já à noite o sono imploro
Já esqueço a rua e quem passa.

rosafogo
natalia nuno

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