sábado, 14 de maio de 2011

O CORRER DA VIDA



Basta-me o que há para ser feliz
Da vida faço inventário
Se foi Deus que assim quiz
Só o tempo é adversário.
Põe-me a mente desarranjada
E me deixa num silêncio enclausurada.

A vida escorre por entre os dedos
Às vezes me deixa tolhida
Desafio meus medos
E não me dou por vencida.
Um aperto até sem motivo
Me atazana a garganta
E assim eu vivo
Meu coração ora chora, ora canta.

Há sempre um intervalo de serenidade
Recordo o cheiro a terra molhada
Vai-se o vazio, chega a saudade
Esqueço a tristeza que não conduz a nada.
Deixo meu coração entreaberto
Deixo entrar a luz, esqueço a escuridão
Com a embriaguez por perto
Do tempo perco a noção.

Tranquila e fortalecida
Como um dia soalheiro
Ponho-me a cismar na vida
O travesseiro é meu conselheiro.

rosafogo
natalia nuno

2 comentários:

Unknown disse...

Mais um lindíssimo poema.

Beijo.

orvalhos poesia disse...

Olá Manuel, grata, fico feliz com a visita e apreço.
Boa semana.

Beijo, fica bem.