
Basta-me o que há para ser feliz
Da vida faço inventário
Se foi Deus que assim quiz
Só o tempo é adversário.
Põe-me a mente desarranjada
E me deixa num silêncio enclausurada.
A vida escorre por entre os dedos
Às vezes me deixa tolhida
Desafio meus medos
E não me dou por vencida.
Um aperto até sem motivo
Me atazana a garganta
E assim eu vivo
Meu coração ora chora, ora canta.
Há sempre um intervalo de serenidade
Recordo o cheiro a terra molhada
Vai-se o vazio, chega a saudade
Esqueço a tristeza que não conduz a nada.
Deixo meu coração entreaberto
Deixo entrar a luz, esqueço a escuridão
Com a embriaguez por perto
Do tempo perco a noção.
Tranquila e fortalecida
Como um dia soalheiro
Ponho-me a cismar na vida
O travesseiro é meu conselheiro.
rosafogo
natalia nuno
2 comentários:
Mais um lindíssimo poema.
Beijo.
Olá Manuel, grata, fico feliz com a visita e apreço.
Boa semana.
Beijo, fica bem.
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