domingo, 13 de dezembro de 2015

apenas cabe o amor...




Toda a vez que o sonho aflora
luminoso, logo se transforma
em pardo a qualquer hora.
Depois é fome, é choro, é raiva
é tudo o que o Poeta  sonha
e projecta
e é no  poema
que coloca tudo o que acha que nele caiba.
Insondável... tudo lhe vem da
alma, mas não tem certeza
se a beleza das palavras,
vem da sua lucidez ou da sua loucura.
Será lucidez? Ou não, loucura talvez!?
Entrega-se de alma e coração,
esta fascinação não acaba, é a
revelação do seu mundo melhor
onde não há ódio
onde apenas cabe o amor...

a poesia é o eco da sua feliz memória
perpectuando o que mais amou,
ou o grito da desmemória
o mel e o fel, uma taça de cristal
também o sítio mais solitário
o fragor e o fim da festa, caindo na vertical
o espelho da sua face retida
o amor e o desamor

e a esperança pervertida...



natalia nuno
rosafogo

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