sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

lembranças miúdas VI





pequena prosa poética

Escrevo a saudade de mil maneiras, ela é explosão em mim, é raio de sol para a minha alma, cura para a minha loucura, saciedade para o coração, flauta para os sentidos, frescura e ternura para os dias que passam, saudade é o reconciliar com este tempo outonal onde os sonhos são pássaros a balouçar-se nas sombras da tarde e o vento passa por eles com sua música melódica, como a lembrar o tema preferido para a minha poesia.
Saudade...encosto a cabeça á vidraça e meu olhar se embebeda, preso no fio da tarde no restinho de luz no horizonte, enquanto a memória se fixa num tempo de perfumes, sol e borboletas, as lonjuras tornam-se presentes e as meninas dos meus olhos abraçam a trança negra, como noite sem lua e só eu vejo! só eu vejo! O mundo continua a girar, haverá lutas paixões e felicidade, desgraças e tormentos e meus dias continuarão, comigo a sonhar acordada, quase sempre iguais, monótonos, embora de quando em quando ainda com a alegria estampada no rosto, com uma ou outra ideia tola, meu coração ainda se enternece com a alegria de viver. Páro diante do espelho e miro-me nele, comparo-me mentalmente com a figura feminina, graciosa de pele delicada, vestida de vermelho, e fico assustada, perdi a noção do tempo e de tudo aquilo que jamais se pode reaver.
Só eu sei do momento em que as estrelas olham a terra e os pássaros dormitam nos ramos...
Esta é a minha saudade...sem fim...saudades de mim.

natalia nuno
rosafogo
imag- net

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