domingo, 11 de dezembro de 2011

AO PARTIR DA TARDE


Quero ouvir cantar
um pássaro com doçura
No silêncio do campo adormecido
sentir que há felicidade,
e com  ternura,
lembrar nesta hora os passos,
as vozes que me dão saudade.
Tudo o que existe além
que a minha memória retém.

As árvores despem-se da folhagem
sem nenhum esplendor
No crepitar das faúlhas lembro a imagem
restos da felicidade e amor.
Como a arvore, meu coração morrerá
A vida sempre acaba em podridão
assim será!

O dia apagou-se
O pássaro calou-se
E o escuro se amontoa
Surge a perturbação, a solidão
E o coração não perdoa.
Nada se acaba completamente
Olho os dias passados e
tento abarcá-los
com a memória, com o olhar
e abeiro-me ainda a contemplá-los
e há uma sombra perdurável no ar.

Como é belo viver!
Apesar de o tempo nos corroer
Também o tempo dentro dos meus olhos
está a  morrer
Já nada se sustém,
só a saudade
que sempre vem, ao partir da tarde.

rosafogo
natalia nuno

2 comentários:

Unknown disse...

É sempre com enorme prazer qque leio os seu lindos poemas.

Beijo.

orvalhos poesia disse...

Obrigado meu amigo, também é um enorme prazer receber tua visita.

Um beijinho, boa semana.