quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ERRANTE


Percorri as velhas ruas
Onde habita meu esquecimento
Não encontrei notícias tuas
Voltei nas asas do lamento.
Voaram as dores e as alegrias
Ficou uma névoa na tua ausência
Muito mais tristes meus dias
Uma espada no peito em permanência.

Vivo ao redor duma lembrança
Vou até ao limite do meu anseio
Sou como os que se sentem sempre criança
Com alegria e entusiasmo p'lo meio.
Trago a boca amarga insatisfeita
às vezes me sinto como pedra inútil
Brotando por entre a erva e mal se ajeita
Na esperança teimosa de ser útil.

Vivo ao vento, flor silvestre
Sorrio, estou curada de viver
O tempo? Ai o tempo grande mestre!
Nesta paz me vou deixando morrer.

natalia nuno
rosafogo
imagem do blog vintage

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