
Perfume a hortelã pimenta
Aroma que sempre trazias
Em ondas de brilhante magenta
Duma nascente fluías.
Vinhas até mim
Numa doce ilusão
Como florido jasmim
Em troca deste aroma
Te entregava o coração.
O horizonte pálido sangrava
Meu coração batia...
Nenhuma estrela alumiava
O arco íris se perdia.
Diz-me amor onde estivéste?
Que a Primavera não revive!
Os rouxinóis percorrem o azul celeste.
O vento sopra sobre a água.
Nas alamedas do sonho vive
Esta mágoa...a minha mágoa!
Mas tudo na memória já se perde
Restam folhas pálidas ao vento
Morreu o amor ainda verde
Morreu o sonho sem alimento.
Os raios do sol, os derradeiros
Perdidos no horizonte
Trazem-me tuas carícias
Jorram beijos na minha fronte.
Ainda amor, em mim despertas.
Brotam lírios,
como se fossem primeiros!
Já têm pétalas abertas.
No meu corpo envelhecido
Desfolham-se em pétalas de saudade
Num longo existir amortecido
Como falsa lua que adormece a tarde..
rosafogo
natalia nuno
1 comentário:
Natalia, que bela escolha.
Que poema mas bem escolhido!!! Achei encantador seu espaço.
Abraços
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