
Há uma realidade que dói
Vou as horas abraçando
Tempo sem tempo que mói
As palavras na boca calando.
Vai-se diluíndo no olhar
Tudo o que eu queria conservar.
A vida dita sua verdade
Traz seu Inverno severo
Em meu refúgio a saudade
Dos frescos aromas que ainda quero.
Nestas horas despidas
Passaram por mim imagens velozes
Nos meus olhos já esquecidas
Aos meus ouvidos os ecos das vozes
A memória em labirinto
E meu corpo esquecido o sinto.
Mas ainda dou asas ao meu vôo
E rasgo o lençol da alvorada
Sou espinho e me dôo
Porque me quero sentir amada.
Ressuscita a minha vontade
Canta meu coração arrebatado,
em plenitude e liberdade
Ainda que a vida me tenha desdenhado.
rosafogo
natalia nuno
Sem comentários:
Enviar um comentário