terça-feira, 5 de abril de 2011

MEMÓRIA DUM TEMPO



Ao Sol, à chuva, na neblina,
na noite ou sob o voo das andorinhas
Vou sonhando, sonho de menina
Imersa em fantasias minhas.
Trago em mim
A espessura dos anos,
Escrevi mágoas e desenganos
Assim:
Trago meu livro inacabado,
Fiz apenas um esboço
O resto trago calado
Feito nada, no fundo dum poço.

Sem esforço de rememoração
Já tantos anos á distância
Ainda desperta a recordação
Dos dias felizes da infância.

Ao acaso surgem livres na minha mente
Tão livres como vôos de andorinhas
Repetem-se insistentemente
Expontaneamente
Estas memórias minhas.
Ao revê-las sempre uma nova alegria
Varro cuidadosamente a memória
Quero-a leve, quero lembrar cada dia
Cada página da minha história.

Quando a memória tiver sono
Serei um mar sem governo
Uma voz no tempo ao abandono
Num sono para sempre eterno.

natalia nuno
rosafogo

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