sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

o passado dorme...prosa poética



o passado dorme enquanto o futuro murmura e o presente vive e chora por dentro e eu exilo-me apagando-me a mim mesmo, desvaneço nas palavras que convoco e os pensamentos abrem-se ao vazio, aceitando o inevitável... como a areia que o mar engole, assim o tempo amargo faz nascer em mim a desmemória, conspira em segredo e é como uma sombra que me persegue, deixando-me sem flores nos olhos e sem o sorriso nos lábios de onde as silabas íam nascendo...agora andam gaivotas embrumadas em delírio sobre o meu corpo de trigo, numa liberdade de espuma...


natalia nuno

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