quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

lembranças miúdas III...

 

pequena prosa poética


Há p'los campos flores baralhadas, remando contra a força do vento, assim morrem os sonhos no silêncio dos que sofrem de saudade ao peso das lágrimas. Vivem-se assim tempos de asperezas onde o remédio é resistir às pressões do dia a dia. Ando para aqui de pensamento em pensamento, interrogo-me constantemente do porquê de nem as flores escaparem e numa rapidez espantosa serem despetaladas no encontro com o tempo. Oscilante é a vida, ameaçador o tempo, indiferente é já a vontade e tudo fica assim mesmo, só o coração pode mudar e transformar o nevoeiro instalado, em sol, abrindo o verão e agasalhando de novo a esperança. Seja amanhã, ou já tarde do dia, tudo chega ao fim, não lamento, pois trago em mim Poesia, que é festa no coração partido e é dança nos meus dedos, ou até flor cheirosa do jardim...lembranças de mim.


natalia nuno
rosafogo

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