quarta-feira, 6 de julho de 2011

MIRAGEM




Há um momento que parece esperar-me
Ou serei eu que o invento ?
Por tê-lo perdido!
Uma criança a olhar-me...
Sinto-a de perto com um denso odor,
acenando-me,  de olhar caído.
Criança sem tempo nem idade,
olhando-me com amor.

Me desencaminho só de a sentir!
Fatigada por horas de delírio e saudade,
deixo a vida fluir.

Seus olhos vão-se entreabrindo.
cada vez mais longe menos ao alcance,
como se de mim fugindo.
Mas a memória vai-se precipitando,
como ave atravessando o céu,
abrindo e fechando
as portas deste coração meu.

Momento de sempre e de agora
No verde dos olhos o esquecimento
Fecho os olhos vejo-a na obscuridade
Misteriosa, me acena e vai embora!
Mas volta sempre noutro momento.
E eu  pressinto-a sempre,
na minha saudade.

Chega sempre com a  solidão,
também ela flutuando
Até onde me leva a paixão,
deste momento?
Já dela
meu coração está distando.
Na saudade a acalento.

rosafogo
natalia nuno
06/07/2011

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