quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A LÁGRIMA MOLHA A FOLHA












A LÁGRIMA MOLHA A FOLHA

A lágrima molha a folha com saudade
Ela me sobe do coração ao olhar
Despediu-se faz tempo de mim a mocidade
E as primaveras que o tempo soube roubar.
Agora o sol se põe, pálido, triste, quase distraído
Deixando-me prisioneira a pensar, em tempo ído.

Longe, como quem impede minha razão
Querendo deixar-me num poço às escuras
Onde meus olhos se perdem nos rios do coração
Procurando ainda por restos de ternuras.

Ah... eu sei que não escrevo com finura
Nem ponho pó de arroz no rosto
Mas tenho ainda do povo a ternura
Falo tal como ele, tanto a meu gosto.

E há em mim uma torrente de vida
Imensa, onde o sonho é poesia e se  faz rio
Os sentimentos são riso, ansiedade, luz embravecida
São bagos de romã, amadurecidos em campo bravio.

rosafogo
natalia nuno

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