segunda-feira, 19 de outubro de 2015

já nada tenho...



fugiu-me últimamente
não sei porquê,
entreguei-me  à tristeza
esqueci a alegria
a tristeza me retém permanentemente
numa inquietação sombria
ao mesmo tempo numa doce melancolia.
e nesta minha solidão
só os gorgeios são o barulho do meu
silêncio, e os pássaros que cantam
nas franjas dos arvoredos
fazem com que esqueça meus medos.

já não vejo mais nada
nem penso seja no que fôr
a vida tem um gosto amargo
depois de anos vividos
resta do rosto o suor
e da mente os sonhos quase todos
perdidos...

olho as últimas corolas alaranjadas
balanceiam suavemente ao vento
e as folhas secas pisadas
como meu brutal tormento
só as palavras não têm algemas
e entre os vivos têm sempre lugar
enquanto eu prisioneira,
vou escutando meu lento desagregar.

natális nuno




2 comentários:

Beijaflor disse...



Olá Natália

Estive a ler os teus poemas e só chego a esta conclusão: (que para mim não é novidade) exalas poesia por todos os poros da tua pele! E sempre com a qualidade e caraterísticas que te são peculiares! E o que é bom é para se manter! Venham mais, e mais!

Espero que esteja tudo bem. Tudo de bom para ti e os teus.

Beijos

orvalhos poesia disse...

Olá João

Hoje o meu pc resolveu parar e deu-me algumas dores de cabeça, mas lá consegui que o pusessem a trabalhar e felizmente não passou dum susto...já tinha lido o teu comentário, mas ontem foi dia de tertúlia, no domingo a saída duma antologia com almoço e sinto um pouco de cansaço, não tenho comentado nada, mas já começo a sentir-me melhor e a libertar-me de algumas preocupações. Desejo que também estejas feliz e bem de saúde. Eu como vês vou escrevendo alguma coisa, e colocando por aqui, o blog tem muita visita do google +, não que eu lá vá postar, mas partilho daqui e ganhei alguns leitores por lá.
Nunca é demais dizer-te que fico contente por encontrar palavras tuas e que te agradeço muito de coração. Breve vou fazer-te uma visita.
Beijinho, fica bem