quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

um poema atrás do outro




Reuni coragem
deixei de implorar, de chorar
não vou deixar de lutar
até ao fim
se a morte me aguardar
pois que aguarde...
Ter medo não faz mal
ter medo é tão natural,
o coração bate no peito
como pássaro preso numa gaiola
mas eu não peço esmola
hei-de morrer com dignidade
todos morremos mais cedo
ou mais tarde
essa é que é a verdade.

O entrechocar de ideias
me revigora
às vezes preciso duma oração
um poema atrás do outro
até chegar a hora.

Às vezes também me estremece a mão
quem sabe se este dia é o último?
Em remoinhos de vento
trago o pensamento
como uma tempestade
onde se precipita a saudade.
Seja até que Deus quiser
a vida é como o vento de nortada
com a força que me levará cansada
ofegante, a morte aproveitará
o instante.

natalia nuno
rosafogo



2 comentários:

Beijaflor disse...

Olá Natália


O tempo é um velho aliado
Que ensina a manter a razão
Guarda tudo quanto é amado
Dentro desse lindo coração!


Ouvem-se poemas no ar
Como pássaros cantando
Sentimentos feitos mar
Do tempo se libertando!


O desapego á morte é sempre a melhor forma de enfrentar e viver a vida. E quanto melhor estivermos de bem com ela, isto é, sentirmos o calor dela e daqueles que nos rodeiam, ela virá um dia, é certo, mas não terá pressa nenhuma! A força interior é o mais importante! Vamos a isso?

Beijo

João

orvalhos poesia disse...

Este poema fala um pouco do medo digo melhor do trauma que tenho sobre a morte, lido mal com este assunto, mas há dias em que me sinto com força e vontade para esquecer tudo e viver apenas.

beijo João, boa semana amigo.