quinta-feira, 13 de setembro de 2012

nestes tímidos versos




Tremeluz a lua no mar
reflectida na onda que quebra
reacende-se a esperança
meu sangue corre e avança,
p'los caminhos da memória já varridos
olhamo-nos dois seres envelhecidos,
incansáveis andarilhos,
da vida e seus cadilhos,
de sedução embevecidos.

E a noite é quente e acetinada
há lilases no auge da floração
e uma promessa de vida falseada
a aquietar-me o coração,

e uma vontade constante de gritar
um grito, feito de gritos
nesta noite de breu...
anda o vento a gargalhar
rasgando-me o pensamento,
levando o sonho, roubando-me o céu.

É no silêncio das tardes
que as lembranças chegam e partem
da mente
e a premonição de verdades
ladeadas de sombras
que aguardamos brevemente.

Nestes tímidos versos
que sangram no meu peito
há lembranças doloridas
há um caminhar de mansinho
de duas vidas unidas
que há séculos fazem o mesmo caminho.

A lágrima sempre pronta
o sorriso sempre aberto
à morte fazendo afronta
e sempre a saudade por perto.

rosafogo
natalia nuno
imagem da net

Poema criado junto ao mar em Islantilla,  8/09/2012



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