segunda-feira, 17 de outubro de 2011

EM NEGRO CÉU



Ergo ao céu o olhar
Em serena liberdade
E meus anos a queimar
Avivam o fogo azul da saudade.
Desagua em mim uma brisa triste
Ah...se me atrevesse a falar!
Mas esta saudade persiste
E o sol não voltará a brilhar.

Levanto um novo dia
Meus olhos, olham o céu
E em sonhos e fantasia
Esqueço este corpo meu.
Esqueço ruínas meu ouvir ensurdece
A solidão percorre a alma angustiada
As lembranças mais doces
O pensamento esquece
A memória é casa não habitada.

Ergo os olhos ao céu
Sou pássaro que canta e chora
Impelido p'lo vento vai voando
Gorgeios soltando
Arrebatando o silêncio da hora.
Deus meu!
Estou nua de esperança, meu peito mudo!
Me envolve num terno abraço
Me devolve  a esperança e tudo
Tudo até meu ágil passo.
Deixa que o orvalho me embale o sonho
E o sonho dure até à aurora
Nada mais medonho!
Que o ranger da memória,
indo embora.

rosafogo
natalia nuno

3 comentários:

magenta® disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
magenta® disse...

Desculpa amiga, enganei-me no poema. Comentei este com base no anterior.
É imprecionante como o tema que abordas nos teus poemas não se esgota em beleza e nunca se repete! Um poema fascinante!

Beijo magenta

orvalhos poesia disse...

Tal como há milhares de estrelas no céu, assim há maneiras de se falar da vida dos sentimentos, da saudade, da natureza, do amor etc... e no mesmo poema se pode até tudo englobar, depende do estado de espírito, às vezes tem de se esperar com infinita paciência que surja alguma coisita, mas pensando nas flores, nos sons, nos odores,nos pássaros, num dia de sol ou de chuva, acaba germinando uma ideia.

Beijinho, gostei da visita.