quinta-feira, 29 de setembro de 2011

PENSAMENTOS









Ás vezes cerro os olhos
Ao presente sombrio
Meu coração bate manso
Como bate o vento trémulo nas canas
Sinto-me pequena folha embalada
Num frenesim de esperança
E pouco mais que nada.

Ás vezes olho a paisagem desolada
E nem sei o que é mais cinzento
Se o que olho de alma quebrada
Ou o que me vai no pensamento.
Ás vezes sou levada por uma vontade
Assim, a lampada da vida
continua a arder
Outras me dá uma saudade
que a vontade
me quer morrer!

E a tristeza é como uma centopeia
Que se arrasta solitária
Avança e se passeia
Na minha alma lacerada
E continua dias a fio
A cada instante mais sombria,
como rio
Que segue  louco ao mar.

Ás vezes fico eternizada a pensar
Que a vida é mesmo esse rio, indiferente,
que corre sem parar,
e eu sentada aqui
Com frio na alma, nem me sentindo gente.
entregando-me ao futuro que se avizinha
e me espreita
e assim se vai sumindo vida minha
como a água do rio que corre.
A  ameaça se deita
despertando meu temor.

Ouço o  tremer do arvoredo,
fico sem medo,
do tempo me esqueço
Vibro com tanto aroma, tanta flor!
E assim adormeço.

natalia nuno
rosafogo

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