segunda-feira, 12 de julho de 2010

AGORA NADA DESCORTINO



















AGORA NADA DESCORTINO

Sabendo que não vim para ficar
O meu apego à vida não tem medida
Minha alma se perde de tanto a amar
Em certos instantes a julgo perdida.

Minhas palavras são brasas na garganta
Solto-as quando o tempo me faz medo
Quando me sinto frágil como uma planta
E pouco a pouco entorpeço na solidão do degredo.
Às vezes me invade um infantil contentamento
Vou desfolhando sonhos em confidência
Outras surge em mim a descrença e o desalento
Acaba-se a harmonia do madrugar da existência.

Agora nada descortino para além do tédio
De caneta na mão deixo vaguear o pensamento a monte
Se a vida é treva cerrada sem remédio?!
Corro atrás da luz do Sol que se queda no horizonte.

A Vida é carta de mão em mão que não pára
Ai de mim que já de tudo me esqueço!
Na neblina dos meus olhos uma tristeza que não sara
Teimo em prender-me à Vida mas já anoiteço.

natalia nuno
rosafogo

2 comentários:

Anónimo disse...

Já chamei pessoas próximas de "amigo"
e descobri que não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada
e sempre foram e serão especiais para mim.

(Clarisse Lispector)

Agradeço sua visita,sua amizade e seu carinho....Beijos muitos !

orvalhos poesia disse...

Quem agradece sou eu, fico orgulhosa da tua visita.
beijinho