domingo, 2 de maio de 2010

A VIDA FEZ RASGÂO


Trago rugas no rosto
Rugas duma vida inteira
Dia a dia me é proposto
Assumir mais uma mensageira.

Mensageira de dor e ausência
Põe meu pensamento em desalinho
Feita de lágrimas e insistência
Que a Vida pôs no meu caminho.

Insistência de permanecer aqui
Sem vida, como nuvem descendo ao chão
Faz tempo que a ternura escondi
Num recanto escondido do coração.
Minha palavra trago esfarrapada
E o vento já não me acaricia
Sinto minha carne pisada
Por ver passar mais um dia.

Carne pisada dos anos donde venho
Prestes a desfazer-se em pó
Nem a solidão por compaheira já tenho
Por me sentir tão só.

Companhia nenhuma, sufoco na escuridão
A Vida fez rasgão após rasgão
Há séculos se repete esta Primavera
E eu a mesma ave a esvoaçar
Talvez haja outra ainda à minha espera
E eu terei, na boca um pássaro para cantar.

Se o resto de esperança
de mim não abalar...


rosafogo

natalia nuno

2 comentários:

Manu disse...

Olá Natália! Agora é que vai acabar o sossego. Isto por aqui é ainda mais exigente a nível de tempo. Em contrapartida a exposição é maior. Abraço.

orvalhos poesia disse...

Olá Manu, tanto que eu precisava de falar com o amigo, sabe recebi uma proposta duma
editora, mas não consigo decidir-me, também
não sei os passos seguintes e nem sei o que fazer.
Obrigado por ter vindo, arrisquei sózinha a abrir este cantinho mas nem sei embelezar, está muito pobre, pode ser com o tempo que melhore.
abraço Manu
da rosa