regressam de longe as aves
deixam mundo atrás de si
também meu corpo em viagem
leva saudade de ti
desperta um vento adormecido
faz tempo, em meu peito retido
pensamentos em turbilhão
já não suporto o vazio das horas
nem o frio da solidão
já nem sei como caminho, com
tempestades apontadas ao coração
já não entendo o voo dos pássaros
nem o riso das águas a marulhar
e nem os olhos já sabem
- o porquê de chorar!
tão perdida
há uma sombra que me prende
e aqui fico nesta prisão
abre-se o chão,
chuva torrencial cai
as mãos inertes
e na garganta nem um ai.
vou avançando às cegas
na penumbra do nada
que é mestra na ruína,
é esta sina, algo turvo
que m ferve na memória.
natalia nuno
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