quarta-feira, 22 de maio de 2024

versos turvos...



num tempo sem idade
no meu peito nasciam brancas
madressilvas
agora, submersa até ao esquecimento
sinto os arremedos do desalento

nos versos turvos que escrevo
sinto a urdidura da vida que foi dura, 
e que a memória não deixa esquecer
é dor da saudade que amanhece
é o corpo que estremece
horizonte pleno onde volto a nascer

falta-me tudo o que ainda não amei
e os sonhos que aguardei
cada palavra um pássaro que voa
dentro de mim um coração a lastimar
a hora a passar, e não há saudade
que não doa!

o pensamento gira nas lembranças
minha alma submerge e se extravia
escrevo e novamente as esperanças
trazem a luz da aurora ao meu dia.

natalia nuno
imagem pinterest








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