quarta-feira, 29 de maio de 2024

tão próprio do poeta...

qual o poeta que nunca sentiu
o espaço de noites vazias?
o torturado anseio de escrever
descobrir a esperança
de viver novos dias?!

qual o poeta que nunca se atreveu
sonhar com as asas duma cotovia,
deixar o chão que asfixia
voar p'lo céu,
-  numa nuvem escondida,
como dádiva oferecida?

qual o poeta que nunca sentiu
a evidência da morte?
o escutar da voz que o sentencia
ou o lento ardor do frio
sob uma luz ilusória que o deixa
caminhar à sorte?!

já sentiu o silêncio da noite?
sentiu nele uma prisão,
a lei tensa de cada hora?!

resistir cansado à solidão,
deixar ficar o presente distante,
e tateante, 
ir lembrando o passado
que traz na memória,
- e no coração.


natalia nuno
imagem pinterest




2 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Boa noite de Paz, querida amiga Natália!
Qual poeta que tece versos tão lindos como os que acabo de ler aqui?
Tenha dias abençoados!
Beijinhos com carinho fraterno

orvalhos poesia disse...

És muito generosa querida Roselia, agradeço as tuas palavras de apreço.
Meus versos são muito singelos, quando estou quase a desistir, vem uma palavra amiga e lá vou caminhando mais uma vez, mas a vida está um pouco atribulada e o tempo é escasso.

Um beijinho querida amiga pela tua gentileza.