sábado, 1 de junho de 2024

dia após dia...

nunca deixei de cuidar
desta minha mão que escreve 
tão sofrida quanto a vida
aos meus impulsos cedendo
sem saber se deve ou não deve

o caminho trilhando
vou molhando de quando em quando
o rosto
como se fosse orvalho do jardim
até o viço das flores vai murchando
talvez com pena de mim!

um passo de cada vez
dia após dia,
como tenho eu passado?
desencantada comigo
talvez, 
por meu passo cansado

aproveito o fresco do amanhecer
esforço-me por despertar
confio-me ao que acontecer
já que a vida não vai parar.

natalia nuno





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