domingo, 2 de janeiro de 2022

flor murcha...



a tua boca de cerejas viçosas
com sorrisos e sabor tão doce
são a tentação de todas as rosas
que mais queria, só minha fosse.

pede-me o corpo que já declina
e tem do inverno a austeridade
exalta o desejo voltar a menina
esgota a coragem, surge saudade.

perco o olhar, lânguida vastidão
apagam-se os dias sem surpresas
nada procura nem espera o coração

das poucas palavras inda por dizer
já não há nelas nenhumas certezas
só anseio de quem flor não pode ser.

natalia nuno
rosafogo

3 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Que poema soberbo...Amei ler. Obrigada pela partilha!! :)
-
A vida recomeça a cada oportunidade
-
Beijos. Bom Domingo, e um Ano de prosperidade.

" R y k @ r d o " disse...

Poema deslumbrante que muito me fascinou ler. Deixando:
.
Votos de um Ano de 2022, a todos os níveis, muito feliz, extensivos à sua família.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Graça Pires disse...

A melancolia anda por aqui. Belíssimo poema.
Que o ano de 2022 lhe traga tudo o que deseja, principalmente saúde, paz e muito amor.
Uma boa semana.
Um beijo.