sexta-feira, 18 de junho de 2021

dói-lhe a recordação...




tende seu sonho
como se tende o pão
e deixa a alma a levedar
em sonhos brancos de luar
mas dói-lhe a recordação,
de tudo e coisa alguma
sorri à menina das tranças
que lembra, como a nenhuma,
dependurada no baloiço
de saia rodada ao vento
- «a menina que inda oiço»
na brisa do arvoredo
num quimérico lamento.

ah! o sonho se esfuma!
gargalhadas caem ao chão
acata o destino e em suma,
dói-lhe a recordação.
uma linha azul côr de céu
na palma da sua mão
mistério que aí se esconde
são seus os rastos escritos,
que a vão levando pra onde
vai vivendo de seus mitos.

natália nuno
rosafogo
09/2003

9 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Poema lindíssimo que me fascinou ler
.
Feliz fim-de-semana. Abraço
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

orvalhos poesia disse...

Obrigada amigo, igualmente bom fim de semana.
Abraço

Roselia Bezerra disse...

Deixa a alma a levedar
em sonhos...

Boa noite de sábado, querida amiga Natália!
Tão lindo seu poema, a menina grita em seus versos com delicadeza de alma.
Tenha um domingo abençoado com saúde e paz!
Beijinhos carinhosos e fraternos de paz e bem
👼🕊️🙏😘

orvalhos poesia disse...

Obrigada querida Rosélia, um prazer receber teu apreço, alguns destes poemas não tinham saído ainda do papel e já tinham alguns anos, dei-lhe um toquezinho de alguma beleza e trouxe-os até ao Blog, assim farei com outros mais sempre que exista um pouco de paciência. Bom domingo pa ti, que brilhe o sol no teu olhar e no teu bodoso coração.

Beijinhos

Roselia Bezerra disse...

💐🕊️👼🙏😘

Gracita disse...

As lembranças trazem dores de sonhos outro vividos
Que poema lindo amiga Natália
Encantada com o seu inspirado versar
Uma feliz e abençoada semana
Beijinhos

orvalhos poesia disse...

Grata querida Gracita, desejo-te igualmente uma óptima semana
Beijinho, obrigada pela visita e apreço ao meu versar...bem hajas!

Maria Rodrigues disse...

Também a mim as recordações trazem muitas vezes nostalgia e aperto no coração. Eram tempos mágicos e especiais, mas nessa altura, é claro que nós não sabíamos.
Um poema sublime, que tocou a minha alma.
Beijinhos

orvalhos poesia disse...

Vive-se muito depressa Maria, e, as coisas boas da vida passam sem as aproveitarmos convenientemente, quando nos apercebemos já nem condições temos para fruir do que nos resta, ainda assim é bom viver desde que a saúde não nos falte.
Beijinho, obrigada por gostares do poema.