domingo, 17 de julho de 2016

estremecimentos...



e assim a tarde se faz noite
lusco-fusco, negrume e solidão
lembro a intimidade
que ambos tínhamos sonhado,
depois criado,
e sempre ansiosamente mantido
mergulhados na paixão,
com abraços de ternura, loucura
de atar línguas e gelar palavras
numa procura por mais satisfação.
saudade que é relíquia perfumada
de rosas, hoje desafia-nos o cansaço
e o abraço é a inteira certeza
duma profunda comunhão,
onde não houve extravio de sentimentos
logo é a saudade que assoma aos meus
pensamentos...
de todos estes anos de união.

nesta tarde que se faz noite
a lembrança traz.me a nata da vida
num paradoxo de alegria e tristeza
para a qual não há saída...
sempre o medo do desconhecido
vejo as sombras da tarde a apagar
com lentidão...o dia perdido,
baloiço entre os sonhos e a vida
e uma certa medida de solidão.

natalia nuno
rosafogo





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