domingo, 20 de julho de 2014

acerto-me com o tempo



acerto-me com o tempo
traz-me  uma lembrança amena
lembrança dos verdes anos
a bailar-me na imaginação serena
há varandas de sol nos meus olhos
e arco-íris nos meus cabelos grisalhos
nas minhas mãos flores de arbustos silvestres
pousando pássaros em seus galhos
dobram as alegrias, rompem  regozijos
numa chilreada sem fim,
e uma nota desgarrada, tocada
no jardim de mim
que não é novidade, são passarinhos
na minha saudade...

as estevas espargem perfumes
aqui e ali o verde e roxo dos campos
quanta fantasia tecida...
faço do sonho um paraíso encontrado
das palavras nascentes de vida
e da vida meu aprendizado,
tornam-se claras minhas esperanças
sonhos são leves como flocos
de algodão
sempre o coração a sobrepõr-se à razão,
dentro de mim longa é a saudade
ouço os ecos sombrios da serra
e ao longe...muito ao longe
cobertas de verdes e nostalgia
crescem as lembranças que
trago da terra....que deixei um dia.

natalia nuno
rosafogo






4 comentários:

Beijaflor disse...

Olá Natália


A parte física envelhece, (o que é natural) mas a memória mantém-se bem viva e ativa.


E este bem não é e menosprezar
Tendo em conta o passar da idade
Tua escrita prossegue a embelezar
E ser fonte de orgulho e felicidade!


Este poema, é mais uma prova do que acabo de dizer. A vida acabará um dia, (porque é a lei da vida) mas até lá, isso nunca pode nem deve ser motivo para baixares os braços seja em relação ao que for. Mas muito menos naquilo que tanto te dá prazer fazer que é escrever, e a nós leitores que absorvemos este teu dom da escrita.


Beijos

PS: espero e desejo que faças boa viagem e que aproveites ao máximo tudo que teus olhos observem, e que a memória possa absorver. Nada melhor que conhecer outras realidades, outras culturas.

orvalhos poesia disse...

Verdade João pelo menos por enquanto a memória vai rsistindo, verdade também que me sinto cansada, tanto que gosto de viajar, mas também nisso já não tenho o mesmo entusiasmo, canso-me com muito mais facilidade e o caminhar a passo largo como é necessário por lá já me é difícil, ainda assim subi a pé a montanha para ver um glaciar de perto, caminhei duas horas, parando só para fotografar. Aproveitei sem dúvida e foi uma viagem bem bonita, pena que o «Grito» fosse visto a correr, pois tivemos apenas uma tarde e uma manhã para visitar Oslo.
Agradeço o carinho de teres vindo e deixares sempre palavras que me dão força, bem hajas.
Desejo de coração que estejas bem, só hoje te agradeço, porque entretanto estive na aldeia com a filha mais nova neta genro e marido e cozinhar levou quase meu tempo todo.

Beijinho, tudo bom meu amigo.

orvalhos poesia disse...
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orvalhos poesia disse...
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