domingo, 20 de abril de 2014

o que hoje canto...


O canto que hoje canto
um dia vai extinguir
perderei a vontade de prosseguir
já nada me pertence nem o encanto
das palavras
a voz estará gasta
os olhos sombrios, e as manhãs
já não terão a mesma frescura
só a ternura, fará o velho coração
palpitar...
Fecho os olhos e no sonho tudo pode
acontecer, haverá sempre um dia
a renascer
com o rosmaninho exalando perfume
e eu cantando amor e ciúme
abraçada aos lírios do campo
perdida entre as coisas do tempo
ficarei presente...eternamente!

Já sem lembranças, sem palavras
apenas vestida da minha nudez
contendo o pranto...
O que hoje canto
se perde ou não perde, vá-se lá saber!?
Mas a palavra semeada
quem a fará desaparecer?
Deus a fará fortalecer!

natália nuno
rosafogo


4 comentários:

Beijaflor disse...

Olá Natália

A palavra semeada, ninguém a fará desaparecer. Sobretudo quando provem de uma boa semente! Quando assim é permanece para além do tempo! E o que hoje cantas há de ficar em qualquer tempo, ou lugar!

Depois, temos este instrumento chamado internet que tem muitas janelas abertas ao mundo. A tua poesia também através destas janelas há de ficar em muitas delas!

Entretanto vamos tendo o prazer de as ler com muito gosto.

Beijos

João

orvalhos poesia disse...

É meu amigo, como eu queria que fosse como tu afirmas que os meus pobres versos ficassem com alguém que os amasse como eu, mas é criar ilusões e esperanças e depois de mim, cairá tudo no esquecido, não vejo demasiado gosto pela poesia por parte dos jovens, quem sabe uma nova geração...mas a poesia também sofre com as modas e porventura acharão a minha retrógrada, seja o que Deus quiser.

às vezes fazes-me sonhar...

beijinho tudo bom, grata mais uma vez pela tua presença.
Tenho sentido a tua falta no Luso, quero ver-te por lá.

Beijaflor disse...

Olá Natália

Nada me deixa mais feliz do que poder contribuir para fazer aumentar o ânimo, e se isso for motivo para poder fazer sonhar, tanto melhor! Esquece o espelho e o peso dos anos! O que importa é a força interior! É ela que comanda tudo o resto! Mas precisamos cuidar dessa força vendo as coisas sempre com positividade! Mesmo em dias de chuva, o sol está sempre a raiar, nunca esqueças isso! Eu sei que sabes, mas é bom relembrar e ter isso sempre presente! A vida está cheia de vicissitudes, por vezes é dura, muito dura, (e como o sabes…) mas nunca devemos cair na desesperança!

É verdade, e salvo raras exceções, a juventude não liga muito á poesia. Porque o amor “carnal” está ao virar de cada esquina com a maior das facilidades! O romantismo, pese embora sonhem com ele, mas é deixado para patamares muito secundarizados! E o reflexo são as relações em termos de união de facto, conjugais e outras, são cada vez mais prematuras no seu término!

Mas não deves ficar demasiado preocupada com o que vão fazer, e, ou, acontecer, a tudo aquilo que vais escrevendo, numa palavra a todo esse teu espólio. O que tiver de ser, será!

Espero viver muitos anos, mas tenho uma filosofia de vida muito diferente da maioria. Não estou minimamente preocupado com tudo que vou (escrevendo) construindo. Tudo o que acontecer depois, (de não estar cá) já nada me preocupa! Nunca devemos sofrer por antecipação, seja em relação ao que for!

Sobre o luso, como sabes exige muita disponibilidade. Pelo menos para mim que gosto de dar atenção a tudo o que leio e dar respostas em conformidade. Se assim não for prefiro não dizer nada. Mas se voltar será mais como comentador, e não tanto como escritor. Escritores já existem muitos!

Beijos

João

orvalhos poesia disse...

Olá João

É tal qual dizes, não sei de que me serve esta preocupação, quando acabar é como dizes o que fõr já pouco nos importa ou mesmo nada.
Vou seguir o teu conselho, e, olhar em frente para ver se consigo ser mais positiva em relação a tudo não só à poesia.
Tens razão também quanto ao Luso, sabes que também me sinto cansada, requer muito esforço, pois tal como tu, não gosto de responder apenas com uma simples frase feita, gosto de ler com atenção quem me comenta ou não e só comento o que gosto, mas dá trabalho sim e tem de haver tempo para tudo isso, agora repara eu que ando metida nuns tantos sites, é de loucos, tenho temporadas que penso acabar com tudo, mas entretanto a cegueira da escrita não me deixa em paz e lá vou continuando.
Acho por bem sinceramente que coloques no Luso a tua poesia, não tendo tempo fazes como às vezes eu faço, agradeces a todos no final com um único comentário, e comentas quando podes.

Escritores existem de facto demasiados, mas nenhum como nós rsrs.
Beijinho, dia feliz.