sábado, 28 de janeiro de 2012

DESCI LÁ ABAIXO AO RIO

Jaana Renvall
Esperei que o sol caísse
E logo a solidão estatelou em meu peito
E o meu sangue triste me disse
Que fazer, se é este o teu jeito?
Desci lá abaixo ao rio
Senti a tarde ventosa
O vento passou vadio
Levando-me p'la mão, ansiosa...

Deito palavras ao vento,
que hoje sopra forte.
Vivo mais um dia sem lamento,
e vou repelindo a morte.

O som do açude a estalar nos ouvidos
Olho as águas brancas fugidias
E o rio manso, absorve-me os sentidos
E vê-lo?
É um regalo, no imaginário dos meus dias.
Talvez o relógio pare, sem horas, nem segundos
Me deixe a recordar o meu mundo,
entre mundos.

E vou tecendo meus sonhos a fio
Olhando o avental de minha mãe,
vendo-a  lavar no rio,
cheia de sonhos também.
Bebo dum trago o café de cevada
Passo os olhos p'la maciez do seu sorriso
E sonho...
Tenho tudo o que preciso.

rosafogo
natalia nuno
imagem retirada do blog imagens para decoupage.

2 comentários:

Unknown disse...

Desci aos rios da minha infância e refresquei-me.

Beijo.

orvalhos poesia disse...

É mesmo do rio da infância esse que falo e que tão boas memórias me traz.

Beijinho e bom domingo, grata p'la visita.