sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

AO REDOR DO INVERNO

victorian childrens

As minhas palavras estão gastas
vazias, tantos anos, tantos sonhos
tantas andanças...
Só tu saudade alastras!
Restam ainda horas mansas
Dias de anseio, fatigados, adversos
Sigo indiferente, olhando meus versos!
Neblina na memória, secura de ideias
sonhos vagueiam a torto e a direito
parecendo teias...
sobre os  muros do meu peito.

Mais uma tarde que transcorre
Mais um sol que no horizonte morre
E eu sinto-me ausente
Como flor que pouco viveu
O tempo é inclemente,
leva consigo o que é, e não é seu.
Assim amanhece o dia,
a minha alma espera
e como tudo o que espera
desespera.
Mas loucura seria,
não me erguer,
como sempre o sol se ergue
e seguir... como ele sempre segue.

Passam os dias,
continuar é a esperança.
E eu sou como a cotovia
Aquela, que ainda trago na lembrança.
Com o crescer do dia?
Deixo-me a recordar
Oiço o rumor d'algum passo
Vejo o vôo dos pardais no ar
Sinto das gentes o cansaço
Cheiro o vinho fermentado,
E a solidão aqui mesmo a meu lado.

Nestes lugares posso esperar
E tudo é tão simples, hospitaleiro,
regresso alegre à vida, vou continuar!
Aguardando sempre mais um Janeiro.

natalia nuno
rosafogo
imagem retirada do blog imagens para decoupage

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