
Sobre noites profundas
Olhos sem pupilas, perdidos.
Adormecidos
por canções já apagadas,
lembranças,
nestas janelas fechadas.
A vida?
A vida é lenço branco a acenar
É uma oração sem esperança
É olhar para trás e recordar
E sentir-se eternamente criança.
É recolher no olhar
tudo o que não quer esquecer
Deixar o amor irromper
O sonho permanecer
Ter sede constante de viver.
Dizei-me o que fazer agora?
Às vezes o medo cresce, cresce
e as lágrimas surgem na hora
Enquanto o pranto desce
Me acode a esperança
e de novo volto a sentir-me criança.
Rasgo versos um a um
Fujo sem saber para onde
Feitos em pedaços a nenhum
quero ouvir,
nem o que neles se esconde.
O açoite do Outono
Ri e no meu corpo passa
Como folha de pinheiro ao abandono
Cai a minha vida
que é cada vez mais escassa.
O sossego me invade
Nesta noite profunda, aviva o fogo
da saudade.
Meu coração silencioso
Mas ateado nele um fogo
escuramente luminoso.
rosafogo
natalia nuno
imagem ret.do blog imagens para decoupage
Sem comentários:
Enviar um comentário