quarta-feira, 7 de outubro de 2020

inútil subida...

 absorta, numa nostalgia sem queixume 
 ouvindo o rumor do vento 
 e o eco do choro dos salgueiros, 
 as memórias vindas de longe 
 um labirinto de sombras na mente
 o espelho do rio de água transparente 
 que corre no açude... 
 um arco íris amiúde, 
 com seu poder sedutor dá conta das carências
 que só meu coração sente
 e com ternura arranca do meu rosto
 esta máscara nele gravada
 onde me sinto aprisionada. 

 a negritude me envolve no crepúsculo
 deste entardecer,  o dia a desaparecer
 e a minha imaginação caindo no vazio 
 sem luz, sem norte no coração o frio
 vertendo a dor de cinzento
 tal como este inverno que entra por mim adentro.

 natalia nuno 
 rosafogo

2 comentários:

Maria João Brito de Sousa disse...

A mesma melancólica beleza de sempre, nos teus poemas, Natália!

O teu outro blog estava parado há muito, não me foi fácil dar com este.

Deixo-te um abraço grande, amiga!

orvalhos poesia disse...

Que querida Maria João, és uma amiga que jamais esquecerei a quem me afeiçoei, pela grandeza da escrita e também pela pessoa que és, com uma palavra amiga desde sempre. Foste sempre a maior Poeta, de todos os que vim conhecendo, e fico triste quando sei que não andas bem de saúde. Mas olha amiga adorei este teu comentário, deu.me a possibilidade de lembrar os 1ºs tempos por aqui com saudade. Continuo sempre a ler tudo o que partilhas, adoro a teus sonetos.

Um grande abraço Mª João
desejo que te encontres melhor.