quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

pequena prosa...


Cada homem tem uma história para contar,
leva a vida como pássaro, a granjear a subsistência
caminha por atalhos cinzentos com a chuva dentro dele,
desde que nasce o sol até que se despede de si com o corpo cansado
desposando o sono e derramando o seu desejo nesse repouso,
onde como rio se afasta... aguarda a madrugada para renascer de novo
de mãos vazias, apenas o coração a bater... e o afecto que nele nutre por alguém que o traz ainda embriagado, algum rumor antigo que lavra na sua memória, que evita lembrar, para não se sentir de novo abandonado e para que os olhos não voltem a chorar desamparados... abre o dia e ilumina-se a noite e ele neste vai vem até esquecer a idade e sentir o sabor amargo da travessia...abandona-se à sua verdade como se fosse uma folha em branco de onde já não quer sair...sente nos ossos o som da morte que ao longe caminha sorrateiramente...

natalia nuno





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