sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

à minha terra...



Terra minha, minha amada
aldeia que quero tanto
p'la tua graça fascinada
sucumbe meu coração
ao teu encanto...

Já está a terra cavada
lança-se nela a semente
seja por Deus abençoada
vai ser pão de muita gente
olho o sol e que assombro
lembro no campo o cavador
com a enxada já no ombro
e o rosto corado do calor.

Gritam as aves p'lo espaço
está agora maduro o trigo
e lá segue o lavrador
cheio d'esperança e cansaço
mas a terra é seu abrigo

Canto à terra venturosa
às gentes que lembro ainda
à Banda de Além formosa
e à frescura de lá vinda...
minha aldeia perfumada
de tempo brando e macio
pelo  sol és bracejada
espelhando-se no teu rio

Minha alma é tua parente
trago do teu rio o jeito
sou raiz da tua semente
tenho por ti amor no peito

Meus versos tão naturais
escritos pela minha mão
são puros como cristais
numa íntima comunhão
que só Deus determina
meu sonho aqui nasceu
como a fé que me ilumina.

São meus versos forte auguro
tanto os desejo... imortais!
esculpidos no teu futuro
pra que não esqueçam jamais.

Nesta linha, neste verso
transborda a luz da madrugada
foste minha morada meu berço
terra minha, minha amada...

natalia nuno
rosafogo

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