sábado, 11 de fevereiro de 2017

poema desconexo...




no dia em que não exista se apague de vez
meu sopro...ficará mais frio e solitário
o meu lugar, desperdicei os anos para perpectuar
o que mais amei, e o que levarei?! Nada!
só a mágoa na alma tatuada...
no poema a imagem da minha face retida
desfocada pela idade, com sulcos provocados
pela saudade...nada sei e nada quero saber
de repente não sou mais aquela mulher.
há ecos nos degraus da minha imaginação
cada dia mais cansada,
que são como violinos de trevas
vivo abraçada à bruma e não espero
já, coisa alguma...

neste instante, tenho diante de mim
o relógio que marca o tempo que não abdica
de passar, e o coração triste fica...
ama por amar.
só se ouve o vento
e o silencio se impõe nestes poemas
em páginas brancas caídas ao chão
com ninharias urdidas, com gargalhadas
de desdém, sombras  ignoradas
onde a minha mão
subtil, mas porém forte
não quer escrever sobre a morte
quer persistir no sonho
quer ser veleiro chamado vontade
quer o livre arbítrio de viver na saudade...

natália nuno
rosafogo



4 comentários:

Gracita disse...

Enquanto houver um sopro de vida temos que sonhar, viver e amar.
A saudade faz parte da nossa história. Bons momentos relembrar e seguir campeando a felicidade
Poema maravilhoso minha querida
Um domingo de paz e alegrias
Beijos

orvalhos poesia disse...

Oi querida Gracita, a poesia é como um tubo de escape que nos liberta de algum desalento, nela somos livres de desabafar, principalmente quando o tempo mau não dá para outras distracções, e ela é um desafio constante, preenche algum do meu tempo, enfim casamos bem uma com a outra.Fico muito feliz com teu apreço, és uma amiga muito querida, quem dera ter-te por perto. Um grande beijinho tudo bom para ti.Obrigada.

Maria Rodrigues disse...

Um poema maravilhoso.
A saudade quando chega acorrenta o nosso coração.
Beijinhos
Maria

orvalhos poesia disse...

Grata pela visita Maria, desejo bom fim de semana...beijinho