sábado, 17 de outubro de 2015

a paz longínqua...



tinha sede de amar
inventava sonhos
era relâmpago a faiscar
agora nada procuro, nem espero!
apenas quero,
recordar...
deleito o pensamento em
madrugadas frescas e azuis,
escalo sonhos com agilidade
e num belo seguimento
logo o sorriso do destino
me traz a saudade

sonho, sinto-me uma gazela
livre e ágil, corro na praça, numa ruela
e a vida sonhando torna-se fácil
a mesma praça, o mesmo poço
o mesmo sol do meio-dia
a mesma saudade que alivia

e a sair a procissão
é dia de festa
hoje não há roupa posta no sabão
o rio vazio, a aldeia vive de alegria
e exaltação...

mas já tudo me escapa,
já pouca a memória, pouca
ou mesmo nada
o riso e o pranto fresca madrugada
o destino a prender-me, há muito domina
e eu a querer-me... para sempre menina.

natalia nuno
rosafogo




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