quarta-feira, 15 de abril de 2015

nas mãos do tempo...





pequena prosa

fico imóvel como o silêncio, de pernas e braços extenuados, meu corpo é um barco sem remos, que oscila ao sabor da maré…e apesar da vontade me agitar, já é difícil libertar-me deste estranho cansaço como se estivesse no centro do vento sem conseguir aguentar a tempestade, e assim se seguem os dias sepultados no silêncio, vivem e morrem tal como eu num mundo de recordações. Sedenta alcanço cores e claridades, que surgem no ar cálido do entardecer  e me olham jovem na minha idade sem tempo, e me deixam esquecida do tempo real… mas, o tempo crava as suas garras sem dó nem piedade e em certas horas me despe da ilusão, me retira essa existência feliz do sonho…no entanto, a minha ânsia queima todos os tempos, emudece a solidão, e também a melancolia, entrego-me de novo à vida e prossigo e é como se esse vendaval  aprisionado em mim voltasse sem demora em busca do azul do meio dia onde eu volto a ser a gazela livre e feliz...nada permanece como é, o horizonte começa a ficar sem luz, vou esquecer a fuga dos dias, espero que o próximo me aguarde porque no peito trago a avidez de viver, e um desejo sempre presente na memória, o de caminhar escrevendo pedaços de recordações... com palavras ternas que me saltam dos lábios e me fazem renascer...

natalia nuno
rosafogo


2 comentários:

J Madison. disse...

Los recuerdos hacen maravillas en tu prosa, aunque estén dibujados de tristeza y esa añoranza que se siente cuando empieza a quedar atrás la juventud. Un disfrute venir a esta bendita casa donde encuentro buenas lecturas.
Un abrazo grande.
Vuelvo pronto

orvalhos poesia disse...

Obrigado estimado amigo pela visita e comentário. A saudade é o meu tema de excelência, saudade do que ficou para trás e que só vive na memória, as minhas prosas são mais um desabafo, e, um entretenimento das minhas horas vazias.
Desejo-te bom fim de semana um grande abraço para ti também.