quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Flor nua...



Olhei-me no rio
e o espelho das águas
deu-me uma imagem tão pura
que ao rosto veio lágrima magoada
senti por mim uma enorme ternura.
Meu corpo é bagagem triste
que carrego até à última morada,
vestido da dor que o tortura
e insiste, até que seja pó
e esteja em mim a morte ancorada.

Na madrugada senti-me flor nua
sem preconceito
flor bela e frágil
como um amor perfeito
e, este corpo que julguei
para sempre infinito
não o ouço nem o sinto!
Onde está? Onde o deixei?
Os movimentos reflectidos
na água do rio
fazem-me crer que estou viva,
mas meus sentidos
o que dirão entre si?
- Temo-la cativa!
Sinto nos ossos a morte,
talvez ela seja apenas um rio,
um espelho onde me olho
neste tempo velho
onde com sorte
as mãos do tempo segurem
ainda minhas raízes,
aqui onde estou, onde sou,
na esperança de dias felizes...

natalia nuno
rosafogo


Flor nua, num corpo que liberta vigor
Nada pesa nessa mente cheia de vida
Onde te passeias em avenidas de amor
Nesse teu eterno interior, de rapariga!

Trova deixada pelo amigo João a quem agradeço de coração.


6 comentários:

Lídia Borges disse...


A nostalgia de um passado ainda por passar...



Lídia

orvalhos poesia disse...

requeima-se a memória de tanto lembrar o passado e a nostalgia é semente germinada, persistente...

Grata pela visita Lídia

bj.

rosa-branca disse...

Querida amiga, lavras um passado que nunca passou, nem irá passar nunca. Muito belo e magoado demais. Adorei. Beijos com carinho

Beijaflor disse...

Olá Natália

Flor nua, num corpo que liberta vigor
Nada pesa nessa mente cheia de vida
Onde te passeias em avenidas de amor
Nesse teu eterno interior, de rapariga!

A vida será sempre “melodia” desde o nascer, ao sol-posto! Assim nós o queiramos! A alegria, vencerá sempre a tristeza! Descansar só o suficiente para desfrutar de boa saúde! De resto, devemos aproveitar todos os momentos da vida e sempre com entusiasmo! A vida encerra em si mesma muitos tesouros! E tanto mais fácil é descobri-los quando a mesma anda sempre imbuída de amor! E quando assim é, não importa o tempo, ou idade! Tudo é, BUÈ DE FIXE!!!

Beijo

João
PS: já tenho tido (mais um bocadinho de tempo) para andar por aqui. O que é bom!

orvalhos poesia disse...

Obrigada pela visita Rosinha, este meu passado é minha segunda pele, impossível viver o presente sem recordar o passado.

Beijocas fica bem.

orvalhos poesia disse...

É mesmo muito bom meu querido amigo, sentir-te por aqui, sempre com este positivismo que me alcança, me abrange e que eu necessito e depois sempre aquela quadra que eu leio com imenso prazer.

Bem hajas, beijinho com muita amizade.